Teste rápido para você: Desde que o Michael Jackson foi inocentando nos tribunais – em 2005 – você viu o cantor metido em algum escândalo, compras milhonárias de madrugada em um shopping, criança pela janela do hotel ou alguma nova cirurgia plástica? Antes que você puxe quatro anos da sua memória, eu respondo: Não, e alguma coisa grande está acontecendo. A história de anunciar 10 shows por 400 milhões e da noite pro dia marcar mais 40 por causa de uma possível “demanda de procura” atrás dos bilhetes não te parece estranha?
Acho interessante como a noticia corre. Depois de anunciar dez shows depois de 12 anos sem turnê, lançar o set-list das apresentações, contar os detalhes, vender mais de 1 milhão de ingressos fazendo com que mais quarenta shows fossem agendados e de repente qualquer coisa que ele faço vira noticia está de volta o Rei. O Rei do Pop Michael Jackson. É o início do retorno midiático bem usado na industria do entretenimento. Meu entusiasmo aumenta porque se trata de um artista que é considerado lenda – como o garotinho de I’ll be there é – o esquema tende a ser mais conceitual e bastante complexo de se executar. Um dos últimos exemplos dessa “categoria” é o caipira-americano Johnny Cash: esquecido pela mídia e público nas décadas de 80 e 90, assina com o selo American Recording e volta com força total na carreira em um excelente trabalho do produtor Rick Rubin.
Cash gravou em 94 o disco American Recordings acompanhado apenas do violão. O disco foi bem recebido pela crítica e um novo público foi ser formando, em sua maioria jovens. Dentre os pequenos esquemas era incluiso o aparecimento do cantor em seriados televisivos, covers de bandas como Soundgarden e Beck. O disco concorreu a sete categorias do Grammy em 1996 (já com o segundo álbum) e finamente – fechando o ciclo – em 2005 sai filme Walk the Line (no Brasil Johnny & June) com Joaquin Phoenix no papel de Cash e Reese Witherspoon recebendo o oscar de melhor atriz. Sem alarme e em poucos anos, Cash passou de esquecido para uma grande lenda que se vai. Mas vamos voltar ao King of Pop…
A história dessas apresentações começou mesmo ano passado, quando anunciaram os 50 anos do cantor. O terceiro disco Thriller (que também é o disco que mais vendeu na história com 120 milhões de cópias) foi relançado já em fevereiro com um projeto simples: Artistas como Kenye West e Fergie foram convidados para remixar faixas do disco, numa tentativa de aproximar Michael de um público mais jovem e criador de tendências. Foi disco de ouro em 11 países e te liga: nos EUA está entre os 10 discos mais vendidos de 2008!
Esse período de volta a mídia foi a base para por em prática o projeto This is It. Nesse projeto – que tem a participação da produtora AEG Live, de Londres – Michael fará 50 shows de 08 de Julho de 2009, na O2 Arena, em Londres e vai até o começo de 2010 se apresentando. Segundo a produtora, mais de 360.000 ingressos fotam vendidos em 18 horas durante a pré-venda, 20.000 ingressos por hora e aproximadamente 334 por minuto, ou seja, até o fim dos 50 shows mais de 1 milhão de pessoas verão o ídolo pop com 50 anos dançando no palco.
Outros recordes foram quebrados e além de toda grana que estão arrecadando, Michael voltou a ser o centro das atenções por suas habilidades artísticas. Isso mostra que o projeto vai indo bem. Ele já disse que vai convidar Britney Spears e Justin Timbarlake pro palco, também um elefante, também o David Copperfield, também o filho mais velho e no meio dessa história toda até o Chris Martin, vocalista do ColdPlay, tentou comprar um ingresso pela Internet mas ficou na lista de espera. A gente fica aqui, na espreita, observando de longe. Ainda não vazou nenhum vídeo do ensaio, será que eles não vão recorrer a moda dos “vazamentos” tão comum hoje no show bizz?
Mas mesmo com esse sucesso, o MJ ainda é capaz de algo novo? Ou vai ser só uma revival tour?