Se falarmos do cenário da música erudita no Brasil, a Orquestra do Estado de Mato Grosso é modelo em gestão e projetos de acessibilidade cultural. Para citar algumas das ideias desenvolvidas por lá, incluo o projeto Concertos Didáticos nas escolas da rede pública. Para o aluno que se interessar, tem o projeto Ciranda, que dá o instrumento e o passe de ônibus para o futuro aprendiz aprender música clássica e se formar no instrumento. E ainda tem os Concertos Populares, que leva toda a estrutura de um concerto para bairros periféricos da capital, pelo interior do Estado e também fora dele, dentre outras ações durante o ano que fazem desta Orquestra um dos produtos culturais mais rentáveis do Estado.
Deixando o sucesso de gestão da OEMT de lado, coisas importantes acontecem no campo musical. Só para destacar o ano de 2010, a orquestra passou por oito cidades do interior tocando em praças públicas com toda a estrutura de um concerto. Também lançou dois discos, que se junta ao DVD lançado em 2009. Estreou seu repertório sinfônico e iniciou uma nova fase do grupo. No aniversário da cidade apresentou uma peça do alemão Ernst Mahle, sendo esse o primeiro concertino para viola de cocho e orquestra feito na história do instrumento, com a participação ilustre do violeiro Roberto Corrêa. Além disso, recebeu convidados de grande prestígio como o violinista italiano Emmanuele Baldini e o violonista Turíbio Santos. Por isso, e pelo trabalho desenvolvido nestes cinco anos de estrada, o maestro e diretor artístico Leandro Carvalho se tornou um dos dez nomes mais importantes da música erudita no Brasil dos últimos dez anos, segundo o anuário Viva Música 2008, o veículo que é referência no segmento.
com Baden Powell, gravando o disco João Pernambuco e o Sertão, em 1999
A história deste maestro começou ainda na adolescência quando começou a estudar o violão. Virtuoso e atento ao DNA do folclore brasileiro, sua carreira foi pautada na pesquisa e na interpretação de importantes nomes da musicalidade nacional, alguns deles já esquecidos. Gravou dois discos sobre o violonista carioca João Pernambuco (1883-1947), deu cor a música de João Pacífico (1909-1998) e trouxe músicas inéditas de um dos músicos mais importantes do violão brasileiro, o cuiabano Levino Conceição (1895-1955). Além disso aos 17 anos gravou o disco João Pernambuco e o Sertão, com Baden Powell e o logo em seguida participou do disco O Guaraní de Turíbio Santos. Seus discos são de grande importância não só para o desenvolvimento do violão no país, como também para pesquisadores musicais.
Porém, o violão não foi o bastante e após terminar o mestrado sobre o folclore no estado do Pernambuco, Leandro decidiu ir para Holanda e tornar realidade um antigo sonho: Se tornar um Maestro. Em sua estadia por Londres (já estudando como regente) gravou o disco London Poem, só com músicas brasileiras dedicadas a cidade da rainha. No repertório, vêmos Heitor Villa Lobos, Caetano Veloso e Tom Jobim. De lá o jovem músico voltou para Cuiabá e se dedicou a regência, deixando o violão de lado. Seus discos – ainda em catálogo no exterior – estão sem distribuição no Brasil e por isso, com uma certa dificuldade para encontrá-los em lojas ou sites especializados. Pelo menos até agora.
Baixe os discos
Resgatei estes discos e agora, em primeira mão, estão disponíveis para download, inclusive com encarte. Bom proveito.
João Pernambuco, o poeta do violão (1999)
Baixe Aqui o disco João Pernambuco, o poeta do violão
Baden Powell – João Pernambuco e o Sertão (2000)
Baixe Aqui o disco Baden Powell – João Pernambuco e o Sertão
Descobrindo João Pernambuco (2000)
Baixe Aqui o disco Descobrindo João Pernambuco
Turíbio Santos – O Guarani (2000)
Baixe Aqui o disco Turíbio Santos – O Guarani
Leandro Carvalho e o Brasil de João Pacifico (2002)
Baixe Aqui o disco Leandro Carvalho e o Brasil de João Pacifico
Cromo (2003)
Baixe Aqui o disco Cromo
London Poem (2004)
Baixe Aqui o disco London Poem
Segue matéria publicada dia 15 de setembro no jornal Folha do Estado